Educação Sexual

.

domingo, 28 de novembro de 2010

Vamos conversar sobre SIDA?


CONVERSA COM OS PAIS

Respostas ao questionário

      1. QUE É A SIDA?
A SIDA é causada pelo Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH).
Actualmente, é responsável pela mortalidade da quase totalidade dos casos que se conhecem. No entanto, cientistas de todo o mundo fazem notáveis esforços para encontrar uma vacina e um tratamento eficazes.

2.         2.  QUAL A DIFERENÇA ENTRE TER SIDA E SER SEROPOSITIVO?
Quando um indivíduo é infectado com o vírus VIH, torna-se seropositivo e pode infectar outros. Ser seropositivo não quer dizer que se tenha SIDA; antes significa que se foi infectado pelo vírus. Porém, ao ter o vírus no organismo, não significa que um indivíduo venha a desenvolver a doença. Ele pode ter o vírus no organismo durante anos e nunca desenvolver sintomas. Hoje em dia, existem medicamentos que ajudam uma pessoa seropositiva a manter-se saudável. No entanto, é possível estar infectado com o vírus sem apresentar nenhum sintoma mas, mesmo assim, infectar outras pessoas.

3     3.  O QUE É O VIH?
É um vírus que, quando se introduz no organismo humano, pode permanecer "adormecido", sem produzir sintomas durante muito tempo. Neste período, as pessoas são designadas por seropositivas.
Quando o vírus "desperta" ou é "activado", destrói  progressivamente os mecanismos de defesa que, no corpo humano, combatem as doenças. Assim, uma pessoa infectada pelo VIH está sujeita a contrair ou a desenvolver infecções muito variadas ou mesmo certos tipos de cancro.

4.           4.  COMO SE TRANSMITE O VIH?
O VIH encontra-se principalmente no sangue, no sémen e nos fluidos vaginais das pessoas infectadas. Assim, a transmissão do vírus só pode ocorrer se estes fluidos corporais entrarem directamente em contacto com o corpo de outra pessoa, pelas vias sexual ou sanguínea. Uma mulher seropositiva pode também transmitir o vírus ao seu bebé durante a gravidez, o parto ou o aleitamento.
De ressalvar o facto importante de não constituírem risco de transmissão comportamentos sociais como abraçar, beijar, apertar a mão, ou inclusive, beber pelo mesmo copo, de um sujeito infectado pelo VIH.

5.          5.  COMO PREVENIR O CONTÁGIO?
A infecção pode ser prevenida utilizando o preservativo, masculino ou feminino, nas relações sexuais, com todos os  parceiros e em todos os tipos de práticas que impliquem a passagem dos fluidos corporais já descritos de um parceiro para outro ou não partilhando objectos cortantes , agulhas ou seringas. O risco de contágio de uma mãe seropositiva para o seu bebé pode ser diminuído evitando-se, neste caso, o aleitamento materno.  

6.             6.   QUEM É QUE PODE SER INFECTADO PELO VIH?
Todos nós. Absolutamente todos. O vírus não discrimina sexos, orientações sexuais, idades, níveis sócio-económico-cultural ou raças. Ele pode infectar todos aqueles que se expõem a comportamentos de risco (relações sexuais sem preservativo e partilha de objectos cortantes, agulhas seringas).

7.            7.  COMO SABER SE SE ESTÁ INFECTADO?
A única forma de se saber se se está infectado é realizar uma análise de sangue, específica para o VIH. Esta análise detecta os anticorpos que o sistema imunitário do organismo produz contra o vírus, ou mesmo o próprio vírus.

8.           8.  QUANDO É QUE SE PODE FAZER O TESTE DO VIH?
A colheita de sangue para o teste deve ser efectuada 3 meses após o último comportamento de risco (relação sexual sem preservativo, partilha de objectos cortantes, agulhas ou seringas com sujeitos infectados). Só decorrido este período se pode confiar nos resultados da análise. A avaliação dos comportamentos de risco deverá ser feita conjuntamente pelo indivíduo e por um técnico de saúde especializado, no momento do aconselhamento pré-teste.

9.             9. E SE O RESULTADO DO TESTE FOR POSITIVO?
Por agora, a cura definitiva não existe. Medicamentos e acompanhamento regular de âmbito médico e psicológico, são o melhor tratamento. Mas, porque a luta contra a SIDA não depende só da ciência, o sujeito infectado necessita de muito apoio e carinho por parte daqueles que o rodeiam. De uma forma geral, todos precisamos de informação, educação e PREVENÇÃO! A nossa sociedade tem de aprender a conviver e a amar nos tempos de SIDA, respeitando as pessoas independentemente do seu estado de saúde.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Primeira Vez

A “melhor altura”

Não há “a melhor altura” para a primeira relação sexual. A “melhor altura” não é igual para todos, para umas pessoas pode ser mais cedo, para outras pode ser mais tarde. Só tu sabes e sentes quando chega “o momento”. Mas, atenção às pressões, elas não são verdadeiras razões!
Boas razões para ter relações sexuais

Vocês sentem-se preparados, os dois e desejam os dois fazer amor.
Mas esta boa razão não invalida que se lhe acrescentem algumas outras:
• Tens uma pessoa por quem estás apaixonada e com quem te sentes bem;
• Estás bem informada/o sobre a contracepção, as infecções transmissíveis sexualmente e a SIDA;
• Tu e o teu/tua namorado/a puderam discutir e decidir como é que se vão proteger.

Aprender a dizer não

Ninguém te deve forçar a ter relações quando não o desejas. Talvez, ao princípio, sintas desejo, mas depois já não. Toda a gente tem direito a mudar de ideias. Estás no teu direito de recusar. Dizer não! Não é fácil, sobretudo se estás apaixonada /o e tens medo de perder aquela pessoa especial. Mas, é melhor aprender a dizer não, que ceder a pressões e aceitar algo que não desejas.
Tenta falar abertamente, sem te refugiares em pretextos. Se quem está contigo não é capaz de te ouvir, de te compreender e de aceitar as tuas necessidades, talvez não valha a pena perder tempo com uma história que te vai desagradar cada vez mais.
Algumas dicas
• Aprendam a falar sobre aquilo que gostam e não gostam. O outro não pode adivinhar.
• Descubram em conjunto o que vos dá prazer. Vão ensaiando, progressivamente, e estejam atentos às vossas sensações.
• É normal ter medo e estar tenso. Dêem a vocês próprios tempo para relaxar.
• Não entrem na ansiedade de querer “funcionar” da maneira perfeita.
• Pensem na contracepção mesmo antes da primeira vez, e protejam-se das doenças transmissíveis sexualmente.
• Não fiquem decepcionados se as coisas não correrem facilmente. Isso acontece muito frequentemente.
• Levem o tempo necessário. Claro, pode acontecer que seja tudo muito rápido ou podem precisar de tempo para encontrar a intimidade e o estilo próprio.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

VIH E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

As infecções sexualmente transmissíveis - IST - são um problema de saúde pública em todo o mundo. Em média, por dia, mais de 1 milhão de pessoas é infectado com uma IST, onde se inclui o VIH.

INICIAR QUIZ

QuizTESTE OS SEUS CONHECIMENTOS EM VIH E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

A SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA ENVOLVE VÁRIAS DIMENSÕES.

TESTE OS SEUS CONHECIMENTOS NESTA ÁREA...


INICIAR QUIZ.

Carta dos Direitos Sexuais e Reprodutivos

Nem todas as pessoas sabem, mas existe uma Carta de Direitos Sexuais e Reprodutivos que tem como objectivo a promoção e protecção dos direitos e liberdades sexuais e reprodutivas em todos os sistemas políticos, económicos e culturais. Essa carta, da autoria da IPPF - Federação Internacional para o Planeamento da Família - contempla o seguinte:

1 – DIREITO À VIDA
Nenhuma mulher deve ter a vida em risco por razões de gravidez.
Nenhuma pessoa deve ter a vida em risco por falta de acesso aos serviços de saúde e/ou informação, aconselhamento ou serviços relacionados com a saúde sexual e reprodutiva.

2 – DIREITO À LIBERDADE E SEGURANÇA DA PESSOA
Todas as pessoas têm o direito de poder desfrutar e controlar a sua vida sexual e reprodutiva, no respeito pelos direitos dos outros.
Todas as pessoas têm o direito de não estarem sujeitas a assédio sexual.
Todas as pessoas têm o direito de estar livres do medo, vergonha, culpa, falsas crenças ou mitos e outros factores psicológicos que inibam ou prejudiquem o seu relacionamento sexual ou resposta sexual.

3 – O DIREITO À IGUALDADE E O DIREITO A ESTAR LIVRE DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO
Ninguém deve ser discriminado, no âmbito da sua vida sexual e reprodutiva, no acesso aos cuidados e/ou serviços.
Todas as pessoas têm o direito à igualdade no acesso à educação e informação de forma a preservar a sua saúde e bem-estar, incluindo o acesso à informação, aconselhamento e serviços relativos à sua saúde e direitos sexuais e reprodutivos.
Nenhuma pessoa deve ser discriminada no seu acesso à informação, cuidados de saúde, ou serviços relacionados com as suas necessidades de saúde e direitos sexuais e reprodutivos ao longo da sua vida, por razões de idade, orientação sexual, “deficiência” física ou mental.

4 – O DIREITO À PRIVACIDADE
Todos os serviços de saúde sexual e reprodutivos, incluindo a informação e o aconselhamento, deverão ser prestados com privacidade e a garantia de que as informações pessoais permanecerão confidenciais.
Todas as mulheres têm o direito de efectuar escolhas autónomas em matéria de reprodução, incluindo as opções relacionadas com o aborto seguro.
Todas as pessoas têm o direito de exprimir a sua orientação sexual a fim de poder desfrutar de uma vida sexual segura e satisfatória, respeitando contudo o bem-estar e os direitos dos outros, sem receio de perseguição, perda da liberdade ou interferência de ordem social.
Todos os serviços de cuidados em saúde sexual e reprodutiva incluindo os serviços de informação e aconselhamento devem estar disponíveis para todas as pessoas e casais, em particular os mais jovens, numa base de respeito aos seus direitos de privacidade e confidencialidade.

5 – O DIREITO À LIBERDADE DE PENSAMENTO
Todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento e de expressão relativa à sua vida sexual e reprodutiva.
Todas as pessoas têm o direito à protecção contra quaisquer restrições por motivos de pensamento, consciência e religião, no seu acesso à educação e informação relativas à sua saúde sexual e reprodutiva.
Os profissionais de saúde têm o direito de invocar objecção de consciência na prestação de serviços de contracepção e aborto e o dever de encaminhar os utentes para outros profissionais de saúde dispostos a prestar o serviço solicitado de imediato. Este direito não é contemplado em casos de emergência, quando esteja em risco a vida de uma pessoa.
Todas as pessoas têm o direito de estar livres de interpretações restritas de textos religiosos, crenças, filosofias ou costumes, como forma de delimitar a liberdade de pensamento em matérias de cuidados de saúde sexual e reprodutivos.

6 – O DIREITO À INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO
Todas as pessoas têm o direito de receber uma educação e informação suficientes de forma a assegurar que quaisquer decisões que tomem, relacionadas com a sua vida sexual e reprodutiva, sejam exercidas com o seu consentimento pleno, livre e informado.
Todas as pessoas têm o direito de receber informações completas quanto às vantagens, eficácia e riscos associados a todos os métodos de regulação e fertilidade e de prevenção.

7 – O DIREITO DE ESCOLHER CASAR OU NÃO E DE CONSTITUIR E PLANEAR FAMÍLIA
Todas as pessoas têm o direito de acesso aos cuidados de saúde reprodutiva, incluindo casos de infertilidade, ou quando a fertilidade esteja comprometida devido a doenças transmitidas sexualmente.

8 – O DIREITO DE DECIDIR TER OU NÃO FILHOS E QUANDO OS TER
Todas as pessoas têm o direito ao acesso à gama mais ampla possível de métodos seguros, eficazes e aceitáveis de contracepção.
Todas as pessoas têm o direito à liberdade de escolher e utilizar um método de protecção contra a gravidez não desejada, que seja seguro e aceitável.

9 – O DIREITO AOS CUIDADOS
• Todas as pessoas têm o direito a usufruir de cuidados de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o direito:
• Informação dobre os benefícios e riscos dos métodos contraceptivos
• Acesso à maior variedade possível de serviços
• Opção para decidir utilizar ou não serviços e para escolher o método contraceptivo a usar
• Segurança relativa aos métodos e serviços ao seu dispor
• Privacidade na informação e serviços prestados
• Confidencialidade relativa a informações pessoais
• Dignidade no acesso e na prestação dos cuidados em saúde sexual e reprodutiva
• Confiança e comodidade relativa à qualidade dos serviços oferecidos
• Continuidade que garanta a disponibilidade futura dos serviços
• Opinião sobre o serviço oferecido


10 – O DIREITO AOS BENEFÍCIOS DO PROGRESSO CIENTÍFICO
Todas as pessoas utentes dos serviços de saúde sexual e reprodutiva têm o direito ao acesso a todas as novas tecnologias reprodutivas seguras e reconhecidas.

11 – O DIREITO À LIBERDADE DE REUNIÃO E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
Todas as pessoas têm o direito de influenciar os governos para que a saúde e os direitos em matéria de sexualidade e reprodução sejam uma prioridade dos mesmos.

12 – O DIREITO A NÃO SER SUBMETIDO NEM A TORTURA, NEM A TRATAMENTO DESUMANO OU DEGRADANTE
Todas as crianças têm o direito a protecção contra todas as formas de exploração e, especialmente, da exploração sexual, da prostituição infantil e todas as formas de abuso, violência e assédio sexuais.

Identidade e Orientação Sexual

A identidade sexual refere-se ao que cada pessoa pensa sobre si própria e sobre a sua sexualidade, sobre aos emoções e sobre o desejo que sente em relação aos outros, que podem ser do mesmo sexo, de outro sexo ou de ambos os sexos.
A identidade de género refere-se ao modo como cada um de nós se vê: se como homem (masculino), se como mulher (feminino).

A orientação sexual refere-se à atracção sexual mais significativa ou exclusiva que cada pessoa sente ao longo da sua vida. Uma pessoa é considerada...
• heterossexual se se sente atraída sobretudo por pessoas de sexo diferente
• homossexual se se sente sobretudo atraída por pessoas do mesmo sexo
• bissexual se se sente atraída por ambos os sexos
A orientação sexual revela-se, normalmente, durante a puberdade e não pode sofrer influências externas que a alterem.
Transsexualidade
Quando uma pessoa não se identifica com o seu género biológico estamos perante alguém que é transsexual. Trata-se de uma questão de identidade de género e não de orientação sexual. Frequentemente, os transsexuais sentem a necessidade de proceder a cirurgias de alteração de sexo.

O que são as IST

As IST, ou infecções sexualmente transmissíveis, são doenças contagiosas cuja forma mais frequente de transmissão é através das relações sexuais (vaginais, orais ou anais).
A prática de sexo mais seguro é a melhor maneira de prevenir a infecção.

As IST mais conhecidas são:

VIH/SIDA
VIH é a abreviatura para Vírus da Imunodeficiência Humana e é responsável pelo desenvolvimento de complicações no sistema imunitário e aparecimento da SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida), último estágio da doença.
Os sintomas da infecção pelo VIH são tardios e estão associados a problemas nas defesas do organismo. Apesar de não existir cura, é possível retardar o desenvolvimento da SIDA através da combinação de medicamentos. A melhor forma de diagnosticar a infecção pelo VIH é fazer exames sanguíneos específicos.
A prática de sexo seguro e de comportamentos sexualmente responsáveis é o modo mais seguro de evitar a infecção. Utilizar sempre o preservativo é uma das formas mais eficazes, embora não a 100%, uma vez que o vírus se transmite pelo esperma, pelos fluídos vaginais e pelo sangue. No caso de se usar drogas, nunca se deve partilhar uma seringa.

Clamídia
A Clamídia é uma infecção do tipo bacteriano que pode afectar o pénis, a vagina, o colo do útero, o ânus, a uretra, a garganta ou os olhos. É a IST mais comum. Na maioria dos casos não apresenta sintomas, no entanto, quando existem, podem ser:
Nas mulheres: dor pélvica, corrimento vaginal, dor durante a relação sexual ou ao urinar e hemorragia entre as menstruações.
Nos homens: ardor ou dor ao urinar, pus ou corrimento proveniente do pénis, inchaço nos testículos ou no ânus.
A infecção transmite-se por via sexual e também de mãe para filho. O seu tratamento é feito à base de antibióticos.

Gonorreia ou blenorragia
A gonorreia é uma infecção causada por uma bactéria chamada gonococo que provoca, sobretudo, a inflamação do aparelho genital feminino. Pode também afectar o pénis, a vagina, o colo do útero, a uretra, o ânus ou a garganta. A sua via de transmissão principal é a sexual, mas pode ser também transmitida de mãe para filho durante o parto.
Quando não é tratada pode ocasionar graves problemas de saúde, nomeadamente infertilidade ou gravidez ectópica.
À semelhança da maioria das IST, a gonorreia não apresenta sintomas, pelo que a ida ao médico para exames periódicos é fundamental para a sua detecção precoce. Quando existem, os sintomas são:
Nas mulheres: dor pélvica, hemorragia, febre, penetração dolorosa, dor ao urinar, inflamação da vulva, vómitos, corrimento de cor amarelada ou esverdeada, urinar mais vezes de forma mais frequente do que o normal.
Nos homens: corrimento do pénis semelhante a pus, dor ou ardor ao urinar, urinar de forma mais frequente do que o normal..
O tratamento da gonorreia é feito com a prescrição de antibióticos.

Herpes genital
O herpes genital é uma infecção que pode ser causada por dois tipos de vírus. O vírus herpes simplex do tipo 1 e sobretudo o vírus herpes simplex do tipo 2.
A sua transmissão pode ocorrer através da prática de penetração vaginal, de sexo oral ou de sexo anal. A infecção pode também propagar-se através de beijos e carícias, quando há contacto com lesões ou secreções das zonas afectadas.
Os sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de bolhas e lesões na área genital quer dos homens quer das mulheres, acompanhadas por dor, prurido e ardor ao urinar.
O herpes pode ser tratado para atenuar as queixas e sintomas. Mas não existe cura, sendo recorrente o seu aparecimento.
Quando surge, aconselha-se a abstinência sexual. A utilização do preservativo é a forma mais adequada de prevenção, embora não seja 100% eficaz.

Hepatite B
A hepatite B é uma doença causada por um vírus (VHB) que infecta o fígado. É extremamente contagiosa e as suas principais vias de transmissão são o esperma, as secreções vaginais, o sangue, a urina a saliva e o leite materno.
A hepatite B está na origem de complicações mais graves de saúde, como a cirrose ou o cancro do fígado. No entanto, a infecção pode, em determinados casos, ser eliminada pelo organismo.
São considerados comportamentos de risco:
• relações sexuais vaginais sem preservativo masculino ou feminino
• sexo oral não protegido
• partilha de seringas
• partilha de objectos pessoais como escovas de dentes ou lâminas de barbear
• manuseamento de agulhas infectadas em contexto hospitalar

Vírus do Papiloma Humano- HPV
Existem mais de 100 tipos de HPV. Em determinados casos afectam a pele e causam verrugas, cerca de 40 tipos afectam o aparelho genital causando condilomas ou verrugas genitais.
Estima-se que 80% das mulheres e dos homens têm contacto com o vírus em alguma fase da sua vida. Na maioria das situações não resultam em problemas mais graves. Contudo, se o sistema imunitário está mais vulnerável pode tornar-se uma infecção persistente e causar cancro do colo do útero. A forma mais fácil de diagnosticar é através do exame citológico (Papanicolau).
São factores de risco:
• relações sexuais muito precoces
• elevado número de parceiros
• tabagismo
Já existe disponível em Portugal uma vacina que previne a infecção por HPV.

Sífilis
A sífilis é uma infecção causada por uma bactéria chamada treponema pálida e afecta a vagina, o ânus, a uretra, o pénis bem como os lábios e a boca. Transmite-se pela prática de sexo vaginal, oral ou anal. Embora menos frequente, pode também transmitir-se através dos beijos.
Os sintomas da sífilis não são evidentes e variam consoante o estádio da doença:
Fase 1 - Cerca de 3 semanas após a infecção, aparece uma pequena ferida/úlcera nos ógãos genitais, na boca, na mama ou no ânus.
Fase 2 - 3 a 6 semanas depois do aparecimento da lesão, os sintomas podem incluir febre, dores de cabeça, perda de peso, dores musculares e fadiga.
Fase 3 (última) - Nos casos em que não foi tratada, a sífilis pode levara a danos graves no sistema nervoso, no coração e no cérebro. Esta fase pode ocorrer 1 a 20 anos após a infecção.
O preservativo é o modo mais eficaz de evitar a transmissão da sífilis.
Infecção por tricomonas
Estas infecções são causadas por um organismo unicelular e afectam tanto mulheres como homens. Normalmente, não apresenta sintomas. Quando existem, são os seguintes:
Nas mulheres:
• corrimentos e descargas vaginais
• pequenas hemorragias
• prurido ou comichão à volta da vagina
• inchaço das virilhas
• necessidade de urinar com frequência
Nos homens:
• Descargas ou corrimentos provenientes da uretra
• Necessidade de urinar mais do que o habitual, associada a dor ou ardor
Existe tratamento para as infecções por tricomonas e ambos os parceiros devem ser tratados de modo a prevenir novas infecções.
A utilização do preservativo evita o contacto com as secreções, diminuindo os riscos.

Sexo MAIS Seguro

As práticas sexuais querem-se responsáveis. Sexo mais seguro significa que se pretende reduzir ao máximo os riscos. Risco de ocorrência de uma gravidez indesejada ou de transmissão de uma infecção, como por exemplo, o VIH/SIDA.
Apreciar o sexo é normal. Todos nós somos sexuados, desde que nascemos até morrer. Quando decidimos ter relações sexuais, todos nós, mulheres ou homens, casados ou solteiros, novos e velhos, homossexuais ou heterossexuais, desejamos uma experiência gratificante.


Sexo mais seguro e prazer
Praticar sexo mais seguro não significa que se tenha que prescindir do prazer. Explorar o sexo seguro pode tornar o sexo ainda melhor, porque pode:
• Melhorar a comunicação entre parceiros
• Aumentar a intimidade e a confiança
• Prolongar o jogo sexual
• Aumentar a intensidade do orgasmo
• Diversificar o prazer sexual
• Diminuir a ansiedade
• Fortalecer as relações

Mulheres e homens, rapazes e raparigas, que estão mais tranquilos em relação à sua sexualidade têm maior sensibilidade para o sexo seguro. Sempre que a vergonha ou outros sentimentos impeçam a prática de sexo seguro, deve consultar-se alguém que nos aconselhe.

Etapas para um sexo mais seguro
1. Ser honesto(a) consigo sobre os riscos que se correm
2. Decidir que riscos estamos dispostos a correr e quais não estamos
3. Encontrar um modo de tornar o jogo do sexo seguro o mais satisfatório para si e para o outro
A forma mais eficaz de reduzir os riscos é manter os fluídos do(a) parceiro(a) fora do seu corpo. Os principais fluídos a evitar são o sangue, os fluídos vaginais e descargas de feridas causadas por IST - Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Regras básicas
• Evite a entrada dos fluídos do seu parceiro(a) na sua vagina, ânus ou boca
• Não toque em feridas causadas por IST
• Não permita que os fluídos entrem no corpo do seu parceiro(a)
• Não tenha actividade sexual se tiver sintomas de IST
• Verifique periodicamente se é portador de alguma Infecção Sexualmente Transmissível através de exames médicos
• Use sempre o preservativo

Riscos associados às IST
Os riscos que corremos podem ser perigosos. Muitas das infecções sexualmente transmissíveis:
• Duram o resto da vida
• Criam stresse nas relações
• Causam infertilidade
• Podem degenerar em doenças mais graves

Práticas sexuais com menos risco
• Masturbação
• Masturbação mútua
• Relações sexuais sem penetração
• Massagens eróticas
• Fricção do corpo
• Beijos
• Penetração vaginal ou anal com preservativo masculino

Ser Sexualmente Responsável

Ser sexualmente responsável significa respeitar e usufruir de direitos fundamentais já consagrados em declarações internacionais e na legislação de muitos países, incluindo a portuguesa.
Ser sexualmente responsável implica que as pessoas não sofram qualquer tipo de pressão, discriminação ou violência.
São consideradas atitudes sexualmente responsáveis e saudáveis :
• Apreciar o seu próprio corpo
• Procurar informação que possa melhorar a vivência sexual e a saúde reprodutiva
• Assumir que o desenvolvimento individual envolve a dimensão sexual e que esta pode implicar, ou não, ter relações sexuais
• Interagir com ambos os géneros, respeitando as diferenças
• Assumir a sua orientação sexual e aceitar a das outras pessoas
• Exprimir o afecto e a sexualidade de formas adequadas
• Desenvolver relações com base no respeito mútuo
• Tomar decisões informadas
• Comunicar e dialogar com a família, com parceiros e colegas
• Utilizar métodos que impeçam a gravidez indesejada
• Evitar comportamentos que facilitem a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis
• Prevenir o abuso sexual
• Aceitar quem tenha estilos de vida diferentes
• Distinguir comportamentos portadores de bem-estar daqueles que podem ser nocivos
• Procurar apoio para o acompanhamento e cuidados pré-natais
• Realizar exames periódicos para avaliar a sua saúde sexual
• Promover o acesso à informação sobre saúde sexual e reprodutiva
• Exercer o dever democrático, apoiando acções que influenciem decisões políticas relativas à promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva
• Evitar comportamentos não tolerantes e fundamentalistas
• Não aplicar estereótipos sobre a vivência sexual de indivíduos, grupos ou populações

10 Perguntas sobre sexo

1) O que é o sexo seguro ?
Sexo (mais) seguro é sexo com protecção. Por um lado utilizando meios de prevenir uma gravidez indesejada e por outro usando métodos para proteger contra as infecções sexualmente transmissíveis. A forma de fazer sexo mais seguro é ainda usar preservativo.

2) Tenho 17 anos e ainda sou virgem e tenho muitas dúvidas sobre sexo e sexualidade. Não queria falar com pessoas conhecidas. Onde me posso dirigir e com quem posso falar?

Em Portugal há vários serviços que podem ajudar os jovens. Há centros de atendimento e linhas telefónicas de ajuda. O mais fácil é ligares para a sexualidade em linha, do Instituto Português da Juventude onde tens técnicos muito habituados a esclarecer dúvidas. O nº é o 808 222 003. Também te podem encaminhar para consultas de atendimento mais perto do local onde te encontras. Nos centros de saúde também existem consultas de planeamento familiar.

3) Como posso saber se sou homossexual ?
Os sentimentos perante a nossa sexualidade podem ser confusos, sobretudo quando nos sentimos atraídos por pessoas do mesmo sexo. O mais importante é perceber com o tempo se de facto o desejo se manifesta sobretudo por um sexo ou por outro. Ser homossexual é tão natural quanto ser heterossexual, pelo que a aceitação deveria ser um processo normal.
Mas caso a orientação sexual seja mais complicada de assumir, pode procurar-se apoio e ajuda.


4) A masturbação faz mal?
Não. A masturbação só é motivo de preocupação se causar algum tipo de inflamação ou se for praticada em níveis que afectem ou perturbem o comportamento social.

5) O preservativo rompeu durante a relação sexual com o meu namorado, o que faço agora?
Convém nestas situações, e se querem evitar o risco de uma gravidez indesejada, tomar a contracepção de emergência (CE) ou pílula do dia seguinte. Podem pedir num centro de saúde ou na farmácia. A CE pode ser tomada até 72 horas depois da relação sexual Também é importante que ambos façam testes para despistar a existência de infecções sexualmente transmissíveis. Por fim, importa perceber porque razão o preservativo se rompeu: estaria fora de prazo? Usaram lubrificantes à base sem ser à base de água?...

6) O preservativo retira o prazer?
Para muitos homens, o preservativo retira alguma sensibilidade, para outros não, ajudando mesmo ao “auto-controlo” da fase pré-orgasmo. A sensibilidade pode contudo ser a mesma com ou sem preservativo. A utilização frequente de preservativos pode ajudar a manter os níveis de sensibilidade, assim como a utilização de preservativos mais finos. Por outro lado, a utilização de um método que é seguro relativamente à prevenção da gravidez e das IST torna toda a relação mais descontraída, ajudando a atingir mais prazer.

7) É fácil atingir o orgasmo?
O orgasmo é a fase mais intensa do nosso ciclo de resposta sexual. É o momento em que uma série de reacções se desencadeiam no nosso corpo conduzindo a uma sensação de prazer.
Nem sempre se atinge durante uma relação sexual, nem é obrigatório que assim seja e depende muito da resposta fisiológica de cada pessoa. Mas não ter orgasmos pode tornar a vida sexual muito pouco satisfatória para homens e mulheres. Se é frequente a “anorgasmia”, ou seja a ausência de orgasmo é importante que os parceiros de uma relação falem sobre o assunto e procurem apoio de técnicos especializados, como terapeutas, psicólogos ou sexólogos. Na maioria das vezes, as disfunções sexuais podem ser resolvidas.

8) Sou mulher e quando tenho relações sexuais tenho uma sensação de “secura” na vagina e a penetração torna-se dolorosa. Vai ser sempre assim?
Nem todas as mulheres conseguem uma lubrificação vaginal satisfatória. Pode ter a ver com o facto de não se estar suficientemente excitada, aí pode optar-se por prolongar a fase de carícias e de beijos de antes da penetração. Por outro lado, depois da menopausa pode tornar-se frequente. A solução é usar lubrificantes acessíveis em farmácias.

9) O que é o anel vaginal ?
O anel vaginal é um dos métodos contraceptivos mais recentes. Como o nome indica é um anel hormonal feito de plástico, transparente e flexível. É colocado pela própria mulher na vagina e deve ser mantido durante 3 semanas, parando durante 1 semana (ciclo de uso), período durante o qual vai libertando estrogéneo e progestagéneo, hormonas que ao entrar na corrente sanguínea inibem a ovulação, à semelhança da pílula.

10) O meu namorado insiste para termos relações sexuais, mas eu ainda não me sinto preparada, o que devo fazer?
A primeira vez, como todas as vezes, deve ser desejada. E só nós sabemos quando nos sentimos preparados. Por isso, tem de haver respeito e tempo para ouvir do outro lado. É importante que conversem e percebam porque se deve esperar ou avançar. Falar abertamente sobre as dúvidas e receios. Mais cedo ou mais tarde surge o momento certo.